Me sniper


Eu gostava de ser uma Sniper....Uma mulher sniper...Uma sniperressa...
Andar de telhado em telhado com a minha gabardine preta, as minhas botas de cano alto e com a minha maleta com a minha arma poderosa...com mira....rádio...headfones...e se possível algum sítio para pendurar os meus sempre presentes (sim, até de noite), óculos de sol....
E saltar...gostava tanto de saltar de telhado em telhado, como o Blade, como um bicho negro a atravessar a noite....
Nesta cidade, havia de ser bonito, cada salto, cada buraco no telhado, cada ambulância, cada rua com obras, cada hospital com médicos das urgências em greve, e o pior, pior, que a minha fractura exposta e o meu globo ocular a querer sair, era a gabardine rasgada...
E contactavam-me pelo cellphone e contavam-me a história....Blá Blá...e eu dava o Nib e pumba transferência bancária.....
Numa conta que eu tinha em nome do pet...E á noite.....
Vou comprar tabaco a Vila Real já venho.....e lá ia eu....
Apanhava o bus...Porque não..não podia dar nas vistas.....de óculos de sol....saia duas paragens antes da casa do meu eleito....subia até ao último andar....e posicionava-me na clarabóia....e esperava....retirava a minha arma ...ligava o rádio...
E focava a minha mira, para a janela da casa de banho....Toda a gente, mais cedo ou mais tarde vai á casa de banho......e aguardava....como uma criatura feroz aguarda a sua presa...A sentença estava dada a partir do momento que entravam os euros na conta....
NO PLACE TO GO....NO PLACE TO RUN ....
Porque estás na mira da Sniperwoman....

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